domingo, 12 de abril de 2009

O Poeta e o Calango

Era uma vez um Poeta
Que não sabia rimar
Mas sua história é repleta
De histórias para contar.

Tinha também a Donzela,
Filhinha do Coronel
Do mundo a mulher mais bela
Todos tiravam o chapéu!

Pra completar a história,
Só faltava o Dragão
Eis que aparece um Calango
Do tamanho de um caminhão.

Em uma noite qualquer
Calango pulou a janela
Sedento por uma mulher
Terminou raptando a Donzela.

Coronel desesperado
Mandou o trabalho parar
Escolheu um empregado
Para sua filha salvar.

E o Poeta foi o homem
Que o Coronel escolheu
E foi com medo da fome
Que o Poeta obedeceu.

Lá se foi o pobre homem
Sem uma arma a carregar
Só levava o violão
E a vontade de almoçar.

Ao encontrar o inimigo
Viu que não ia dar pé
Duelar do modo antigo
Pela guarda da mulher.

O bicho era muito grande
E o Poeta muito fraquinho
Assustado, o Poeta sentou
E pôs-se a pensar um pouquinho.

O Poeta, que já sabia
Que rimar era problema
Naquele instante ele via
A solução pro dilema.

Ocorreu um desafio
De uma forma diferente
O Calango e o Poeta
Iam fazer um repente!

Mas quem rimasse primeiro
Perdia toda a peleja
E o Calango bem matreiro
Pensou que ia ser moleza!

Acontece que o Poeta
Nunca soube fazer rima
E seguindo essa meta
O rapaz ficou por cima.

Calango desesperou
E rimou toda uma estrofe
E por perder o duelo
Tirou a Donzela do Cofre.

E na volta teve festa
Pra filha do Coronel
Tão feliz ficou o homem
Que mandou fazer um cordel.

E o Poeta ficou feliz
Voltou logo a trabalhar
E de tanto que não fez rima
Terminou aprendendo a rimar!


Outro texto de "Oficina de Texto", do semestre passado.

2 comentários:

  1. "Viver não vale nada se eu não me expressar
    Seja certo ou errado, de cara ou chapado
    Quem é calango do cerrado nunca vai mudar"

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  2. Adoro Cordeis sou fã de J.Borges

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