sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ciência (ou Azia: cura para a poesia)

A única ciência em que acredito,
é a poesia.
A única loucura que me permito:
é a poesia.
O único suporte que eu uso
é o poema.
Minha única solução:
é o problema.
Só o que faço com cuidado:
é o abuso.
o meu ângulo reto
é obtuso.
minha dúvida
é aguda.
minha única recusa:
é sua ajuda.
A minha linguagem:
é a poesia.
O poema que escrevo
é a metodologia.
O único método que desenvolvo:
é o poema.
A única coisa que quero do ovo
é a gema.
A nebulosidade mais clara
é a alma.
O que eu tenho de mais raro:
é a calma.
O único suporte que me ampara:
é o poema.
A única coisa que me estimula:
é a poesia
A única coisa que me segura:
é o tema.
A única coisa que me para:
é a azia.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

As Mulheres tomando o Poder

Ninguém mais ouve o que eu falo
e o meu falo não é nada
comparado à minha fala.
Falo, falo, ninguém mais se cala
e todo ser humano com que falo,
fala!

E até as mulheres têm a fala
como um direito que é delas
apesar de nada terem entre as pernas
têm a fala, têm o falo e
muitas vezes eu me calo
diante das falas mais belas.

Quando foi que mudaram
as representações de poder?
De que serve o falo,
se todo mundo fala?