segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fim do primeiro ato

Hoje acordei e vi no espelho
um não-poeta
um ex-poeta.

Diante do trabalho de outros,
colegas que não param de evoluir,
Publicam livros, escrevem contos incríveis,
Eu aqui.
Faço a barba com imperfeição
sigo a vida sem sutilezas
não sei mais descrever em palavras,
belezas.

Diante da musa mais bela,
que até agora encontrei na vida
nada, nem uma letra, uma gota.
Não que eu não esteja inspirado,
longe disso, ela é a melhor!
Mas sou ex-poeta
sem nenhum verso de cor.

Todas as noites, sonetos.
Todas as horas bato ponto,
todos os dias, contos.
Todas as crônicas, ignoradas.
da minha cabeça não sai mais nada.
Sequer rimas pobres ou não-rimas.
ex-rimas.
Remos.

Ela é linda,
ela é linda,
ela é linda,
ela é linda.

Acabou. Não há poesias, só verdades.
Declaro meu fim, por hora.


Até ano que vem
vida que vem
mês que vem
filme que vem
hora que vem.

Será que ela vem?