Eu costumava escrever poesias de amor
e agora não consigo mais.
Mas sem amor, não é poesia,
é argamassa, tijolo, estrutura.
Engenharia.
Não-arquitetura.
Arquitetos do mundo, uni-vos!
Em favor dos engenheiros de versos!
Para que possamos,
no futuro,
todos expressarmos sentimento!
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Haikai
Era uma vez um hai kai.
Ele tinha tanto pra dizer e dizia.
Mas nem todo mundo entendia
que ele resolveu acrescentar umas palavrinhas
E cresceu e cresceu e cresceu.
Virou uma estrofe,
mas não queria ficar sozinha.
A estrofe cresceu e cresceu.
E virou poesia.
A poesia cresceu e cresceu
e encheu uma página
e fez-se conto,
encheu duas,
encheu três,
encheu sete
e setenta vezes sete,
Virando assim um romance.
E cresceu.
Encheu as prateleiras
encheu os cofres da editora
encheu os olhos das senhoras de lágrimas
e cresceu
e cresceu
e cresceu.
E virou imagem.
172800 quadros,
consagrando-se um filme.
E cresceu.
Encheu salas de cinema
encheu bacias de pipoca
encheu piscinas de coca
e cresceu
e cresceu
e cresceu
e cresceu tanto,
mas tanto,
que encheu o saco.
Ele tinha tanto pra dizer e dizia.
Mas nem todo mundo entendia
que ele resolveu acrescentar umas palavrinhas
E cresceu e cresceu e cresceu.
Virou uma estrofe,
mas não queria ficar sozinha.
A estrofe cresceu e cresceu.
E virou poesia.
A poesia cresceu e cresceu
e encheu uma página
e fez-se conto,
encheu duas,
encheu três,
encheu sete
e setenta vezes sete,
Virando assim um romance.
E cresceu.
Encheu as prateleiras
encheu os cofres da editora
encheu os olhos das senhoras de lágrimas
e cresceu
e cresceu
e cresceu.
E virou imagem.
172800 quadros,
consagrando-se um filme.
E cresceu.
Encheu salas de cinema
encheu bacias de pipoca
encheu piscinas de coca
e cresceu
e cresceu
e cresceu
e cresceu tanto,
mas tanto,
que encheu o saco.
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